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Recortes do cotidiano

  • Foto do escritor: jessica rocha
    jessica rocha
  • 2 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 30 de nov. de 2023




trecho de uma carta de amor:


O vídeo começaria com uma imagem sua piscando pra mim com os dois olhos e um sorrisinho de canto, coisa comum pra nós que usamos essa expressão como uma forma silenciosa de certificar que está tudo bem com o outro, usado principalmente, mas não exclusivamente, em meio a outras pessoas, “sim, está tudo bem” responde o outro piscando com um leve sorriso. Nós nunca combinamos isso.

Na sequência aparece você me abraçando por traz enquanto cozinho, vc faz isso todas as vezes, e sempre me sinto a pessoa mais amada do mundo. E eu sempre penso, “isso é cena de filme, e é a minha vida”. Depois sou eu deitada no seu peito, te olhando bem de perto, encarando cada linha do seu peito, vendo seu rosto de baixo pra cima, o pescoço, o queixo, nariz, procurando seus olhos. Você me olha encabulado e pergunta “o que foi?”, e eu só sorrio, não é nada, só estou te aproveitando ao máximo. E então mudamos de posição, deitados na cama, vc me abraça, a famosa conchinha, e todas as vezes eu reparo em como e nosso encaixe é perfeito, eu seguro sua mão enquanto seu braço repousa na minha cintura, e vc fala no meu ouvido, “esse é o meu lugar no mundo”, eu sorrio quietinha e me viro pra te dar um beijo.

O beijo leva ao toque, que leva pra minha cena favorita, quando vc fica em cima de mim, deitado, apoiado em seus cotovelos, me beijando tão fortemente que é como se meu corpo inteiro estivesse sendo beijado, e nossos corpos balançando no mesmo ritmo, então vc estica os braços, ainda deitado, me olhando nos olhos, ainda dentro de mim, ainda nos movimentando. E eu te olho através dos seus olhos e vejo sua alma, vc me encara de volta me enxergando tão intimamente que parece não existir corpo entre nós, apenas espíritos que dançam conectados um no outro, apenas luz.

Minha consciência se esvai por completo, por um momento eu sou apenas luz e prazer, e quando te olho sinto que fazemos algo divino. Então apenas me desprendo de toda experiência explicável e me permito sentir o incompreensível.


 
 
 

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