O prazer de cuidar vem do próprio cuidado
- jessica rocha
- 30 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
É um sinal clássico, às vezes você nem é o primeiro a notar, alguém te aponta: “iih, ta ficando velho ein”, e vc nem leva muito a sério, “velho? só porque tenho uma plantinha agora?”
E elas vão aumentando o número muito rápido, no começo a rotatividade é grande, parece que tal qual os humanos, as plantas morrem fácil demais.
A verdade é que… bem, e eu sei lá o que é verdade? Mas ainda que não saiba, intuo que não é por acaso que normalmente nos atrevemos a plantar depois de certa idade.
Cultivar exige alguma dose de sabedoria que só a maturidade é capaz de proporcionar. É necessária paciência para esperar o tempo das coisas. Uma planta não vai florir ao seu prazer, não importa o quanto queira.
É preciso que já tenha aprendido algo da vida pra conseguir cuidar de outro além de você mesmo, principalmente porque uma planta não vai te satisfazer de nenhuma outra forma que não seja sendo planta.
Aliás, quanta beleza há em nutrir um ser para que ele seja o ápice de si mesmo.
Ao cuidamos de uma planta não esperamos que ela retribua, às vezes ela morre.
Quando a cuidamos, não esperamos que ela seja outra coisa, apenas que seja o que é, e como isso nos deixa feliz, percebe a poesia?
O prazer de cuidar vem do próprio cuidado.
Com o passar do tempo a gente vai entendendo que por mais que saibamos de flores, o que as mantém ali vivinhas é o olhar atento. No sol? na sombra? mais água? menos água? com que frequência? É só observar, atentamente, dia após dia, ela vai brilhar sob olhar cuidadoso e vai murchar e morrer aos poucos nas casas dos desatentos, não é um castigo, não é pra causar angústia, é só o ciclo de qualquer vida descuidada.

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